quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Música e Pregação

Vi no sítio do Cristão Confuso um vídeo com a música do Legião Urbana: Pais e Filhos.

Ele disse que a música foi feita quando uma colega de sala se suicidou.
"O Renato explicou então que aquela música era na verdade uma triste recordação de uma amiga de escola, que se suicidara. Ironicamente, ter que tocá-la o fazia sofrer.
A letra revela as constantes frases usadas entre os familiares. Saudoso, triste...
Creio que ainda é válida."

Parei para pensar um pouco na letra e para não esquecer meus pensamentos, os escrevo aqui. :-)

PAIS e FILHOS - LEGIÃO URBANA

Estátuas e cofres e paredes pintadas. (A família da menina parece que vivia uma vida 'tranquila')
Ninguém sabe o que aconteceu... (Todos ficaram abalados e sem resposta)

Ela se jogou da janela do quinto andar. (!)
Nada é fácil de entender... (!)

Dorme agora. Uuummhum! É só o vento lá fora... (Parece uma frase que o pai dizia à filha. Ou pode ser que estaria dizendo que a filha está morta e nada vale mais a pena - é só vento)

Quero colo! (Frase da menina quando pequena)
Vou fugir de casa! (Frase da menina quando grande)

Posso dormir aqui com vocês. Estou com medo, tive um pesadelo. (Frase da menina quando pequena)

Só vou voltar depois das três... (Frase da menina quando grande)


Meu filho vai ter nome de santo. Uummhum! Quero o nome mais bonito... (Desejos do pai para a filha)

É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã.
Por que se você parar pra pensar, na verdade não há... (Conclusões do autor sobre um fato absurdo, as contingências da vida, a brevidade da vida e as coisas que são realmente importantes)

Me diz, por que que o céu é azul (pergunta que o pai faz para a qual não há respostas!)
Explica a grande fúria do mundo (pergunta que o pai faz para a qual não há respostas!)

São meus filhos que tomam conta de mim...
Eu moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar...

Já morei em tanta casa que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais
Huhuhuhu!...ouh! ouh!...

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar
Pra pensar
Na verdade não há...

Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais
Não entendem
Mas você não entende seus pais...
Você culpa seus pais por tudo
Isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Poesia - Oscar Wilde

Ouvi essa poesia na Band News nos "Devaneios" do Juca de Oliveira e acho que vale a pena pensar nela, em especial, na época intransigente em que vivemos:

Só consegui o link para e texto aqui!

Segue o texto abaixo:

Loucos e Santos
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde