segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Tempo para ser Pai

Paternidade.

Tempo para ser pai.

Como já foi dito: é tarde demais para aprender a ser pai.
Já o sou. Não posso mais me dar ao luxo de sentar na cadeira e 'estudar o caso'.
Pobres filhos, que têm de conviver com um pai em construção. Sempre imperfeito. Sempre tentando. Apenas algumas poucas vezes acertando e, nestes casos, sempre por acaso.
O 'acerto' é um eco que nos surpreende em uma planície.
Falamos como se não houvessem barreiras e são estas que fazem a voz retornar.
Tomara que eles sejam melhores do que isso. Melhores do que eu.
Que aprendam a ouvir mais, rir mais e falar menos.
Que não esqueçam os sonhos infantis e usem a sabedoria que adquirirem com o tempo para torná-los realidade.
Que seus olhos sempre brilhem... não pelos presentes, mas pelos embrulhos.
Que aprendam a ser pais, enquanto eu vou tentando aprender a ser avô.
Sentar e deixar o tempo passar apenas olhando ... admirando a eternidade que se vislumbra no ir e vir de uma criança.

Talvez a palavra que eu tenha esquecido seja Liberdade.

Não sou eu que devo dizer o que fazer, nem são meus argumentos (em gritos altos ou baixos) que serão capazes de persuadi-los.
Não me é devido fazer nada além de amparar seus passos.
São eles que andam, por mais que eu tente empurrá-los, eles somente se movem quando quiserem.

Não sou eu quem imprimo neles nada.
Não sou impressora.
Sou papel gasto, borrado, amassado, escrito e apagado tantas vezes.

Como pa(i)pel, sou apenas página anterior.
Imaginava que a história teria um desfecho melhor em mim.
Mas o ápice não veio e, um dia, esta página será virada para que a história continue e encontre seu fulgor na página seguinte.

Bem, ainda dá tempo aprender a ser avô.
Tenho muitos muros para derrubar e liberar os caminhos para os passos de meus filhos ... para que estes possam aprender a serem pais.

Quem sabe meus netos possam construir pontes com os destroços dos muros que passei a vida a derrubar...

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pensées

Eu não tenho de fazer ninguém "dar certo".

Ce qu'il me faut faire c'est les mener vers moi.

Tous les jours, un bisou.
Toute la nuit, je prie.



Revelações

11/11/2013

1) nenhum Ser Humano tem direito de oprimir qualquer outro ser (humano ou não) em nome de qualquer situação ou poder, mesmo que seja em nome de Deus;

2) em razão da obra de Jesus Cristo, Filho de Deus, aqueles que são adotados na família de Deus, a tudo e a todos devem se sujeitar, preservando a vida em todos os seus aspectos (físicos ou filosóficos) e em toda a sua amplitude (tudo o que vive);

3) a ninguém devo me sujeitar, exceto a Deus. Logo, se me sujeito a alguém ou algo, isso é devido à sujeição primeira a Deus. Daí decorre duas conclusões: a prioridade de Deus sobre todos e tudo, e a dignidade do único ser criado à Sua imagem e semelhança (que entendo como sendo, em linguagem poética-não-dogmática, a capacidade de sonhar e de transformar esses sonhos em realidade);

4) toda sujeição deve ser um ato deliberado daquele que se sujeita, em resposta a uma total liberdade concedida por aquele a quem me sujeito; todo ato que não provem de liberdade de ambas as partes (para o sim e para o não) é opressor e não divino, desesperadamente humano (humano, em oposição a divino; divino, em amplificação à cristão quando este sentido resume-se apenas a uma crença e não a uma Pessoa);

5) quando um ser humano cria uma "marca", esta, por definição, é o máximo que ele pode atingir, por isso, dá vida a esta "marca", seja ela física ou ideológica (um produto ou uma doutrina). E na marca ele se mantém, a sustenta e a propaga. Deus não cria "marcas" e não precisa "assinar" seu nome em tudo. Aliás, após a criação, ele não "marca" suas criações, como um pintor assina um quadro ou um pecuarista marca seu gado. Ele individualiza cada criação e lhe dá um nome e atribuição que a difere, dignifica e a significa, para si e para os outros, independentemente do outro (mas apesar de independente, necessariamente co-dependente), por isso temos: árvores (e todas as suas espécie gênero família ordem classe filo e reino), animais (e todas as suas espécie gênero família ordem classe filo e reino), minerais, e, como exemplo, os Seres Humanos (homem e mulher). Cada um e todos co-dependentes, com dignidade e autonomia (capaz de gerir a si mesmo independente de qualquer outra coisa);

6) a co-dependência, apesar de necessária e desejada, é libertária, deve ser uma sujeição voluntária, não por exigência de qualquer contexto, ainda que da necessidade. Mas isso parece ser um processo de compreensão que tem na necessidade o seu ponto zero e dali cresce (da necessidade para liberdade e dessa para a co-dependência) ou decresce (da necessidade para liberdade e dessa para a independência);

7) para que Cristo nos libertou: para a liberdade plena. Nem pecado, nem mais nada tem domínio sobre nós.

8) qual o intuito final dessa liberdade: a sujeição total (Cristo tudo em todos. Deus tudo em todos).

9) qual a relação entre liberdade e sujeição: Amor. O mesmo amor que liberta é o mesmo amor que me faz me sujeitar ao amado.

10) não há sujeição a mais nada além de Cristo.
11) devemos nos sujeitar uns aos outros e todos a Cristo.
12) A Natureza não se sujeita ao Humano. Ambos se sujeitam a Cristo.
12) O Homem não se sujeita à Natureza. Ambos se sujeitam a Cristo.
13) A Criança não se sujeita ao Adulto. Ambos se sujeitam a Cristo.
13) O Adulto não se sujeita à Criança. Ambos se sujeitam a Cristo.
14) O Homem não se sujeita à Mulher. Ambos se sujeitam a Cristo.
15) A Mulher não se sujeita ao Homem. Ambos se sujeitam a Cristo.

16) Todos devem se sujeitar a Cristo e, a partir de então, sujeitarem-se uns aos outros.
17) Se a minha sujeição à Cristo me conduz à sujeição ao outro, isso é libertador, ainda que aparentemente posso estar sendo "mandado".
18) Se não é minha sujeição à Deus/Jesus Cristo que me conduz à sujeição ao outro, o que ocorre é opressão e violência.
19) Quem voluntariamente se sujeita não está sendo dominado, mas domina a situação e coloca o foco no lugar correto.

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