quarta-feira, 10 de abril de 2013

Para quê Deus criou o Humano?

Pensando nisso, relembro o Catecismo de Westminster:





Recebi, hoje, o seguinte texto:
Para quê Deus criou o homem?

Deus não criou o homem porque se sentia solitário; mas criou-o tendo em mira a Sua própria glória.
D. James Kennedy - Verdades que Transformam, pag. 112

Tenho algumas considerações a fazer:
1) eu preciso parar de pensar que Deus criou o homem, e, sim, o Humano; :-)
2) igualmente, preciso parar de pensar na criação do Humano fora da Criação total, como se o restante da criação não fosse importante (ou fosse menos importante), ou como se o Humano não estivesse intrinsecamente integrado no restante da Criação. Aliás, foi apenas no 6º dia que Deus disse: "muito bom" para TUDO, e não apenas para a criação do Humano. MUITO BOM é toda a criação integrada e com as coisas em seus devidos lugares;
3) Deus não precisava criar nada, pois não lhe é possível atribuir necessidade alguma para ser suprida;
4) inclusive, acho que sou obrigado a pensar assim, nem mesmo para a Sua Glória;
5) então, se a Glória de Deus não é acrescida em nada por nada que Ele mesmo faz, afirmar que a criação do Humano é "para Sua Glória" deve ser compreendido como?
6) creio que Tudo o que Deus faz redunda em Glória a Si mesmo, mas isso não é 'para', mas simples consequência do agir de Deus que não pode fazer nada que lhe traga reprovação. Isso faz com que todas as ações divinas produzam glória a Deus;
7) o Humano deve compreender esse ciclo e se integrar a ele. Isso fará com que suas atitudes humanas também 'glorifiquem a Deus' por consequência e não apenas por obrigação;
8) todavia, acho que a criação do Humano é melhor expressa na última apresentação do catecismo: "gozá-lo para sempre".
9) o Humano (bem como toda a criação) é um poema de Deus (Efésios 2: 10 apresenta essa realidade em relação à nós);
10) assim, acho que Deus cria o Humano para entrar nele e este Humano entrar em Deus;
11) a palavra, para mim, não é 'glorificar', mas interpenetrar-se, relacionar-se, ou, em uma expressão singela, SER AMIGO;
12) o desejo divino de relacionamento com a criação era tamanho que Deus vinha de encontro ao Humano na viração do dia, como um compadre que chega no fim da tarde para tomar um café e ficar até a noite contando causos;
13) o desejo de partilha e pertença mútua era tão grande que Deus se apresenta como posse Humana e o Humano como posse divina (serei SEU Deus, e vós sereis MEU Povo);
14) o desejo de convivência era grande o suficiente para fazer com que os contatos na viração do dia não fossem suficientes (pois o Humano se afastou de Deus), e Deus desejasse tabernacular com o Humano (o que foi feito no deserto, em Jesus Cristo, e, finalmente, pelo Espírito Santo);
15) por isso, a expressão gozá-lo (desfrutá-lo) para sempre é mais relevante para mim e demonstra mais o caráter amoroso de Deus do que, 'simplesmente', 'glorificá-lo'.