segunda-feira, 2 de abril de 2012

Jabuticabas

Hoje, na Aula de Introdução à Engenharia Agronômica, o professor sugeriu que fosse feito um texto com alguns elementos que ele apresentou (as palavras sublinhadas).
No início pensei que não iria sair nada de bom, já que o tempo era curto, mas me surpreendi tanto com a criatividade de alguns colegas quanto com o texto que consegui fazer.
Buscando a idéia no texto já conhecido do Ricardo Gondim sobre jabuticabas, eis o texto que saiu:
(aliás, valia uma caixa de bombom, e, pela votação da classe, acabei dividindo a caixa de bombons com outro texto bem interessante de outros colegas. Fica aqui o registro para posteridade :-)

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Jabuticabas

Aprendi algumas coisas com as jabuticabas.
Lembro do tempo em que elas enchiam minha cesta.
Quando jogar bola no campinho era mais importante do que a Copa do Mundo.
Quando os peixes teimavam em fugir do anzol de minha vara de pescar nas tardes vagarosas de um fim de semana que, às vezes, furava sete dias.
Quando, com gosto de bolo de milho na boca - e um grande pedaço na mão - saía com os amigos à caça de passarinhos.
Ainda bem que meu estilingue não tinha cira adequada, o que podia atestar pelos risos que ouvia das minhas prestensas vítimas.
Hoje, eu faço coro com os risos dos pássaros e caçoo de mim mesmo pelo tempo perdido em querer ser 'gente grande' da forma errada.
Para aproveitar cada jabuticaba que ainda existe em meu cesto, procuro escutar mais músicas do que notícias em meu rádio.
Procuro estar mais com a família e amigos para aproveitar uma cuia cheia de chimarrão, ou, mesmo, um café requentado em boa companhia.
E, quando estou sozinho, não penso mais na letargia de um passado saudoso, mas no presente que se constrói com aqueles que, também, têm aprendido a dar valar a cada jabuticaba que existe na cesta.
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